(EMENTAS)GT'S GRADUAÇÃO EM FOCO 2021
AÇÕES AFIRMATIVAS, ESCREVIVÊNCIAS E EPISTEMOLOGIAS NEGRAS
Coordenadores: Tiago Heliodoro Nascimento
Doutorando (PPGAN-UFMG)
Jaqueline de Oliveira e Silva
Doutoranda (PPGAN- UFMG)
Daniel de Oliveira Baptista
Doutorando (PPGAN- UFMG)
EMENTA
As universidades públicas brasileiras mudaram: embora o corpo docente seja ainda um espelho da desigualdade racial brasileira no interior dos espaços de produção científica, a diversificação discente promovida pelas políticas de Ações Afirmativas tem provocado transformações significativas nas dinâmicas universitárias. Em distintas áreas de saber, cuja formação está diretamente ligada à construção de negros e indígenas como objetos de pesquisa, a política de reserva de vagas para esses grupos nas universidades significa o tensionamento de relações de poder no interior da disciplina. O objetivo desse GT é reunir trabalhos dedicados ao estudo desses processos no campo epistêmico. Nesse sentido, acolheremos narrativas etnográficas como: experiências em salas de aula, relações com professores, debates sobre programas de curso; atuação em projetos de extensão; definição de temas de pesquisa e escolhas teórico-metodológicas desse processo, relatos e vivências que busquem mobilizar, analisar e relacionar diferentes figuras intelectuais com novas perspectivas teóricas, metodológicas, éticas e estratégias de divulgação científica alinhadas com as demandas desse novo perfil.
Resumo expandido do GT, disponível no documento abaixo:
AS COISAS E OS AFETOS: PERSPECTIVAS DE ANÁLISES
Coordenadoras: Dra. Lilian Alves
CESAP/Iuperj/UCAM (Antropóloga)
Dra. Flora Gonçalves
Gesex/UFMG (Antropóloga)
EMENTA
O objetivo do GT é discutir a política das coisas / objetos / não humanos: olhar por trás dos seus dispositivos técnicos compreendendo o que elas têm a nos dizer. Os objetos, em seu sentido mais amplo, têm sido foco de diferentes miradas antropológicas. As coisas mobilizam corporalidades, objetos e atualizações de potências das mais diversas. A partir dos percursos de pesquisa das coordenadoras do minicurso, a saber, de uma antropologia que se propõe simétrica e da atenção aos percursos trilhados pelas coisas, propomos que a reflexão contemple dimensões afetivas tantas vezes ignoradas na análise. Sugere-se, para o melhor aproveitamento do minicurso, a leitura da primeira parte do livro “O casaco de Marx: Roupa, Memória e Dor”, de Peter Stallybrass. A partir dessa obra e de outras, que não necessariamente tomam os objetos em primeiro plano, comentaremos propostas que abordem os elementos em questão não apenas como produtos do trabalho humano, mas também enquanto materializações da memória, da história, do desejo, da contradição. Em vista disso, são bem vindos trabalhos que em alguma medida tematizem a presença de objetos mediados pelas relações sociais.
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COLETIVOS AFRO-BRASILEIROS E INDÍGENAS: TERRITÓRIO, CONHECIMENTOS TRADICIONAIS, CONFLITOS E FORMAS DE RESISTÊNCIA
Coordenadoras :Taísa Domiciano Castanha
(Doutoranda Pós-Afro/UFBA)
Larissa Santiago Hohenfeld
(Mestranda Pós-Afro/UFBA)
EMENTA
Este GT pretende reunir comunicações interessadas nas discussões sobre conhecimentos tradicionais, conflitos e formas de resistências envolvendo coletivos afro-brasileiros, indígenas e demais comunidades tradicionais no que se refere às questões territoriais. Historicamente, conflitos territoriais têm acompanhado esses coletivos e, em anos recentes, com o avanço do agronegócio, mineração, a construção de hidrelétricas, o turismo, e outros projetos, as pressões econômicas de grandes empresas interessadas em explorar os recursos naturais em territórios tradicionalmente ocupados por tais populações levou governos a escamotear os direitos de muitos coletivos que reivindicam o reconhecimento dos seus territórios pelo Estado. Dessa forma, o GT pretende abarcar o diálogo entre produções etnográficas e reflexões teóricas que abordem as formas de interação com o meio ambiente, as estratégias de mobilização política destas populações, suas estruturas de organização socioeconômica, assim como os conflitos territoriais decorrentes da atuação de diversos agentes sociais.
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DINÂMICAS DE RECONHECIMENTO NAS REDES SOCIAIS: INVESTIGANDO AS RELAÇÕES DE PODER NA ERA DIGITAL
Coordenadores: Bruno Marco Cuer
Doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo - Unifesp
Cristiana Martins
Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo - Unifesp
EMENTA
Neste contexto de crescente disseminação do acesso e dos usos da Internet, pelo qual surgem novas formas de interações digitalizadas, este GT propõe juntar esforços de investigação sobre como tais interações reproduzem ou ressignificam estruturas de hierarquização e distinção social. Se por um lado tais interações horizontalizam o campo midiático, por outro, fomentam hierarquizações mediadas pelas dinâmicas das diversas plataformas de redes sociais. Assim, nossa proposta de GT busca concentrar pesquisas concluídas ou em andamento que, no âmbito da sociologia da cultura, aprofundem a discussão sobre as disputas por reconhecimento e embates por diferentes tipos de poder. Buscamos aqui, justamente, as verticalidades soerguidas pelas disputas simbólicas e materiais, próprias das relações sociais, mas que podem ser ocultadas pelas lógicas que sustentam essas novas relações. Portanto, convidamos propostas que busquem discutir as recorrências de determinados padrões de comportamento e estruturas sociais presentes dentro de plataformas digitais, tais como Twitter, Facebook, Instagram entre outras, e que abordem esses objetos através de uma perspectiva sociológica.
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DIREITOS LGBT, RECONHECIMENTO E APARECIMENTO NOS CENÁRIOS PÚBLICO E POLÍTICO CONTEMPORÂNEOS
Coordenadores: Thiago Camargo Barreto
Mestrando(PPGAn-UFMG)
Yuri Alexandre Estevão-Rezende
Mestrando (PPGAn-UFMG).
EMENTA
Com a ascensão da direita no contexto político brasileiro, o debate sobre os direitos LGBT passou a ter colorismos ainda mais específicos. Atores e grupos políticos autodenominados de “conservadores” têm buscado deslegitimar a luta pela garantia desses direitos. Via protestos e atuação política institucional, estes visam desmantelar políticas já conquistadas e inviabilizar novas propostas que combatam preconceitos e violências. A partir da atuação dos movimentos sociais, políticas sexuais voltadas a atender pessoas LGBT e setores específicos do Estado, passaram a comparecer de forma mais evidente entre esses conflitos. Nestes âmbitos, pesquisadoras/es das Ciências Sociais, que desde a organização dos movimentos LGBT no final dos anos de 1970 estiveram alinhadas/os/es e atentas/os/es a esta temática, veem sua atuação se tornar cada vez mais necessária a fim de promover debates e a produção de conhecimento. Este GT visa contribuir com essas discussões, a partir do diálogo entre trabalhos que focam na interseção dos temas: políticas sexuais e direitos LGBT; Estado; diversidade e agenda dos movimentos LGBT; disputas/produção/negociação de territorialidades LGBT nas cidades.
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ENGAJAMENTOS, ASSOCIAÇÕES E CONTROVÉRSIAS: PERSPECTIVAS NOS ESTUDOS DAS RELAÇÕES ENTRE HUMANOS E ANIMAIS
Coordenadores: Graciela Froehlich.
Pesquisadora Colaboradora Plena na Universidade de Brasília (PPGAS/UnB).
Ricardo Alexandre Pereira de Oliveira.
Doutorando em Antropologia na Universidade de Brasília (PPGAS/UnB)
EMENTA
O presente GT receberá trabalhos orientados por miradas antropológicas sobre as relações entre humanos e animais. Edificado, sobremaneira, na interface com os estudos das ciências e tecnologias e a etnologia indígena, o estudo das relações entre humanos e animais tem se mostrado um terreno fértil para a teoria social, de modo amplo, e para a antropologia, em particular, repensar a presença dos animais em sua produção científica. Motivados pelo adensamento desse debate, buscamos por análises etnográficas e teóricas que tematizem as diversas conexões entre humanos e animais em áreas urbanas e rurais, os atravessamentos entre conhecimentos científicos e aqueles ditos “tradicionais”, bem como as controvérsias envolvendo questões éticas, jurídicas e legislativas nas quais os animais se fazem presentes. Nos interessam também estudos que produzam conexões com a emergência climática e o Antropoceno, nome da época geológica em que os humanos se tornaram uma força capaz de colapsar as condições de vida na Terra. Finalmente, são de particular relevância abordagens sobre os múltiplos engajamentos produzidos a partir dos desastres sociotécnicos e das catástrofes ambientais.
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“KARL MARX E OS MARXISMOS: FORMAS DE OBSTRUIR A SEDUÇÃO DA BARBÁRIE”
Coordenadores: Lucas Parreira Álvares
(Doutorando em Antropologia pela UFMG)
Rodrigo Costa Andrade
(Doutorando em Economia pela UFMG)
EMENTA
Em O Capital, Karl Marx afirmou que o elemento essencial que caracteriza uma forma social não é “o que” é produzido, mas antes o “como” se produz. É verdade que o capitalismo contemporâneo não se manifesta como uma reprodução idêntica à sua forma de expressão no século XIX, afinal, algumas especificidades contemporâneas complexificaram as relações de trabalho, interpuseram mediações criativas entre o trabalhador e sua produção, acirraram os antagonismos de classes, alavancaram o estranhamento do trabalho, e se mostraram como uma fonte inesgotável de criatividade para a manutenção de intempéries e para a resistência das classes trabalhadoras. Ainda hoje, os escritos de Karl Marx servem de amparo àqueles que pretendem fazer da atividade investigativa um trabalho que emana perigo. Além de Marx, mas a seu favor, uma série de pensadores e pensadoras se dispuseram a contribuir com o requintado canteiro de obras por ele iniciado. Assim, o Grupo de Trabalho “Karl Marx e os marxismos: formas de obstruir a sedução da barbárie” é um convite para submissões que se colocam em diálogo com essa tradição clássica de pensamento que, ainda no contexto atual, tem muito a nos ensinar.
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NEGRAS ANTROPOLOGIAS: (RE)PENSANDO O FAZER ANTROPOLÓGICO, REESTRUTURANDO A DISCIPLINA.
Coordenadores: Aline Miranda
Doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de Brasília
Vinícius Venâncio
Doutorando em Antropologia Social pela Universidade de Brasília
EMENTA
A Antropologia – assim como as Ciências Sociais como um todo – vem passando por um momento de intensa transformação e levantamento de demandas internas. A 31ª Reunião Brasileira de Antropologia, realizada em 2018 foi palco especial dessa mudança, quando antropólogas/os negras/os uniram-se para comporem o Comitê de Antropólogas/os Negras/os a partir da sistemática exclusão percebida nos espaços da Associação Brasileira de Antropologia. O presente Grupo de Trabalho vem somar com as reflexões levantadas nos últimos anos por parte das/os antropólogos negros. Por essa razão, serão bem-vindos trabalhos que discutam as seguintes temáticas: o epistemicídio no corpo teórico da nossa disciplina clássico e contemporâneo; reflexões acerca da nossa presença e as implicações da raça no fazer antropológico; ações afirmativas e o seu impacto na universidade, a exemplo da constituição de diversos coletivos de estudantes negros ; epistemologias não-hegemônicas, encontro de saberes nas universidades públicas e debates/pesquisas do sul global. Embora o enfoque maior recaia na Antropologia, são bem-vindos trabalhos de todas as áreas das ciências sociais que discutam os temas supracitados.
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“POLÍTICAS AFIRMATIVAS” NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: DESIGUALDADES EM DEBATE NAS CIÊNCIAS SOCIAIS.
Coordenadores:Sylvia Gemignani Garcia
Doutora em Sociologia (PPGS/FFLCH/USP)
Lucas Pinheiro Gariani
Mestrando em Sociologia (PPGS/FFLCH/USP)
EMENTA:
Em um complexo contexto político-cultural, as instituições de ensino superior brasileiras passaram a adotar as chamadas “políticas afirmativas”, tendo em vista enfrentar as históricas desigualdades de acesso a esse nível do sistema de ensino. Neste GT visamos promover um debate entre estudantes de ciências sociais sobre essa temática a partir de amplo leque de trabalhos e pesquisas que abordem variados aspectos do problema, tais como: - As controvérsias em torno da proposta das “políticas afirmativas”, confrontando diferentes posições e identificando os principais temas; - Os debates brasileiros e suas referências internacionais sobre a desigualdade educacional, suas causas, efeitos e propostas políticas de enfrentamento do problema; - A estrutura do sistema institucional de ensino superior brasileiro, explorando sua hierarquização interna em termos dos perfis sociais de seus corpos discentes; - A evolução temporal da composição demográfica do corpo discente de diferentes cursos e instituições após a adoção das “políticas afirmativas”; - As vivências e sofrências de ingressantes pelas “políticas afirmativas”, explorando questões ligadas seja ao acesso, seja à permanência.
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RELATOS E PROPOSTAS DE INICIAÇÃO AO CAMPO
Coordenadores: Ketyline Pimenta Genaro
Doutoranda em Sociologia (PPGS/UFF)
Letícia Mara Sales
Doutoranda em Antropologia (PPGA/UFF)
EMENTA
Este GT se propõe a contribuir metodologicamente para pesquisas de campo em estágio inicial. Esperamos dos trabalhos submetidos, que contenham suas propostas de iniciação ao campo, ou relatos de um campo já iniciado, seu objeto e objetivos e um texto que elucide como a metodologia escolhida possibilitará essa chegada aos objetivos. Com seus relatos e propostas em mãos, muitos não sabem o que fazer. São infinitas possibilidades de criar um artigo, um projeto, um trabalho para avaliação de disciplina e até mesmo o trabalho de conclusão de curso. É importante que a partir desse momento categorias como “objeto, objetivos, justificativas e metodologia” estejam claras para que o trabalho da pesquisa científica possa fluir. Faremos um GT de trocas de conhecimento, sem esquecer que nesse momento de pandemia mundial, muitos trabalhos tiveram que ressignificar algumas técnicas e até mesmo trocar o formato do campo. Além do aspecto metodológico, esperamos que este seja um espaço de conforto. Muitas vezes o processo de escrita é angustiante e solitário, compartilhar tais angústias traçam pontes e caminhos que solo é impossível enxergar.
Resumo expandido do GT, disponível no documento abaixo:
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