GT's Graduação em Foco - Ementa e Resumo Expandido
O Graduação em Foco abre inscrições para submissão de resumos para a participação no evento, que visa dar espaço para que alunos da graduação possam apresentar e discutir trabalhos sobre diversos temas. Os GT's dessa edição, com o nome dos coordenadores, ementa e resumo expandido estão a seguir, junto com o edital.
Edital
Grupos de Trabalho:
Cursos de vida: Histórias de vida, Carreiras, trajetórias, narrativas e biografias
Coordenadores:
Lucas Caetano Pereira de Oliveira
Doutorando em Sociologia UFMG
Arthur Arantes Souza
Doutorando em Sociologia UFMG
Ementa:
O GT busca promover a articulação de pesquisas empíricas e reflexões teórico
metodológicas que envolvam questões relacionadas aos conceitos de curso de vida, trajetória, carreira e demais formas de compreender a ação individual e coletiva através do tempo e suas implicações na transformação e/ou conservação das estruturas sociais. Essas questões podem ser endereçadas com métodos qualitativos, quantitativos e mistos através da exploração de material documental, biográfico, pesquisas longitudinais e de painel. Buscaremos contribuir para a reflexão acerca das diversas formas interseccionais da experiência humana através do tempo, o problema sociológico das gerações e o caráter dinâmico das estruturas sociais, além dos dilemas éticos, morais e políticos envolvidos no estudo dessa temática.
Resumo expandido do GT, disponível no documento abaixo:
Metodologia nas Ciências Sociais e a Pandemia: desafios e potencialidades
Coordenadores:
Bruna Padilha de Oliveira - PPGS/UFSCar2
Karine Danielle da Costa Lira - PPGDH/UFPE
Renato Victor Lira Brito - PPGCP/UFPE
Simone de Oliveira Mestre - PPGS/UFMG
Thays Felipe David de Oliveira - PPGCP/UFPE
O debate sobre os limites e possibilidades das trajetórias metodológicas nas Ciências Sociais é amplo e frutífero, incorrendo na preocupação central de obras como a de King, Keohane e Verba, Design Social Inquiry (1994), e das consecutivas respostas aos autores (e.g. Brady e Collier, 2004; Goertz e Mahoney, 2012). Paralelamente, as crises socioeconômicas e sanitárias, com destaque para a pandemia do novo coronavírus, têm apresentado desafios à produção científica nas mais variadas áreas. Dessa forma, este Grupo de Trabalho enseja suscitar a discussão sobre metodologia nas Ciências Sociais e suas potencialidades. Além disso, de maneira complementar, o Grupo tem como objetivo a reflexão sobre como as diferentes pesquisas dessas culturas metodológicas são afetadas por contextos pandêmicos. Incentivamos a submissão de trabalhos que utilizem métodos e técnicas distintos, tais como análise qualitativa comparativa (QCA), process tracing, análise de conteúdo, grupos focais, entrevistas, pesquisa de campo e ou que adotem uma abordagem etnográfica, até trabalhos com regressão linear, dados em painel e revisões sistemáticas, além de pesquisas que tiveram que alterar o seu desenho metodológico por conta da pandemia.
Resumo expandido do GT, disponível no documento abaixo:
Habitus: estudos de trajetória e estudos biográficos
Coordenadores:
Ana Bárbara Moreira Rossato - Unifesp
Bruno Marco Cuer dos Santos - Unifesp
Propõe-se com este GT, a discussão de trabalhos cujo eixo temático seja o estudo de trajetórias ou biografias individuais e coletivas (prosopografia). Sobre as trajetórias, refere-se aos trabalhos os quais metodologicamente busquem avaliar dados objetivos relacionados à construção social das representações desses indivíduos, bem como as dinâmicas sócio-históricas de seu tempo e de seu campo de atuação. Do mesmo modo, a proposta é que os trabalhos discutidos possam tomar as biografias pelo enquadramento teórico das ciências sociais, tornando-as objeto da pesquisa. Trata-se, de um modo geral, das condições sociais que produzem biografias públicas, ou de pessoas comuns.
Os desafios inerentes aos estudos de trajetórias, ou dos que partem das biografias como objeto, são inúmeros e, por isso, requerem diferentes procedimentos metodológicos. São estratégias mobilizadas em fontes diversas como: documentos históricos, entrevistas e redes sociais digitais (no caso de pessoas vivas), livros, fotografias, imagens, redes de relações pessoais; Dados de ordem: profissional, familiar, de posição política, institucional, entre outros, que possibilitem viabilizar os diferentes estudos. O controle desses dados constitui, paralelamente, um segundo momento de maior dificuldade, sobretudo se considerarmos que, muitas vezes, a relação entre as lógicas das representações e a dimensão objetiva dessas trajetórias se constitui pelos detalhes. Nesse sentido, este GT busca ampliar esse debate sobre as dificuldades teóricas e metodológicas desses estudos, ao contemplar as tensões inscritas nas dinâmicas que produzem indivíduo e sociedade, em contraponto à dimensão biográfica como recurso isolado.
Palavras-chave: Habitus; Trajetória; Biografia; Metodologia; Indivíduo; Sociedade.
Mulheres, cuidado, saúde e pandemia: abordagens interseccionais
Coordenadoras:
Ana Beatriz Nogueira Pereira - Doutoranda em Antropologia PPGAN/UFMG
Adriana Fernandes Carajá- Doutoranda em Antropologia PPGAN/UFMG
A proposta deste GT é reunir e debater trabalhos em torno das vivências de mulheres em diferentes condições sociais, relacionadas às noções de cuidado e saúde diante da crise social e sanitária decorrente da pandemia de Covid-19. Historicamente as mulheres são as principais responsáveis pelo trabalho de cuidado e reprodução da vida em diferentes territórios, tempos históricos e contextos. A essa condição comumente soma-se a desvalorização e invisibilização do cuidado e a hierarquização das atribuições sociais baseadas em relações de poder heteronormativas e patriarcais, o que suscita debates em torno de binarismos os sociais de gênero, natureza/cultura, público/privado etc. A pandemia de Covid-19 traz às relações de cuidado novos contornos e visibilidade, dada a percepção da incontornável interdependência entre os seres e do papel crucial do cuidado na manutenção da vida. Espera-se que as reflexões e abordagens tenham enfoque interseccional, considerando como os diferentes marcadores sociais da diferença, - classe, raça, geração, sexualidade, território, dentre outros - se articulam, confluindo em situações específicas no que tange às experiências situadas das mulheres em questão.
Panoramas e perspectivas do ensino de Sociologia no Ensino Médio brasileiro
Coordenadores:
Maurício Sousa Matos - Mestrando em Educação - PPGED/UESB
Camila Tribess - Doutoranda em Ciências Sociais - PPGCS/UFBA
Filipe Santos Baqueiro Cerqueira - Doutorando em Ciências Sociais - PPGCS UFBA
Este GT tem por intuito dialogar com produções centradas no Ensino de Sociologia no Ensino Médio brasileiro a partir: i) de experiências, práticas, pesquisas e ações extensionistas relacionadas ao Ensino de Sociologia na Educação Básica; ii) de diálogos possíveis com o Ensino de Antropologia Escolar, Ensino de Ciência Política escolar e/ou Ensino de Sociologia Escolar; iii) o ensino de Sociologia em Cursinhos pré-vestibulares comunitários; iv) formação docente a partir do PIBID e do Residência Pedagógica; v) Juventude e escola a partir do olhar sociológico; vi) o ensino de Sociologia em tempos de ensino remoto durante a pandemia; vii) diálogos possíveis entre o ensino de Sociologia e o cinema, a literatura, a música, uso de podcasts, canais especializados, redes sociais e outros meios multimodais, digitais ou não; viii) o ensino de Sociologia frente a Reforma do Ensino Médio e a BNCC; ix) o ensino de Sociologia e os livros didáticos (o novo PNLD). A atualidade de discussões sobre a Sociologia enquanto disciplina escolar desde a formação docente até a atuação docente orienta a presente proposta de agregar as mais diversas expressões, análises e perspectivas.
Gênero e sexualidade: norma e território.
Coordenadoras:
Nathalia Meggiolaro (Mestranda – PPGAN/UFMG) e
Poliana de Oliveira Pinto (Mestranda – PPG-PSI/UFMG)
A proposta desse GT é fomentar diálogos entre gênero e sexualidade, norma e território. Entendendo a complexidade desses fenômenos, a ideia é perpassarmos por outros elementos que marcam socialmente a/o sujeita/o, discutindo, também, uma dimensão interseccional do tema não na obrigatoriedade do uso do conceito, mas na sua compreensão. Buscamos, com os trabalhos, propor pensar o gênero enquanto categoria social, histórica e normativa, reiterando que gênero e sexualidade são atravessados por processos de normalização que operam e incorporam as práticas sociais. Há, contudo, distintas práticas de ser no mundo que provocam rupturas. Ao nos debruçarmos sobre o tema, entendemos que é preciso enriquecer o debate considerando a complexidade das conexões de outras categorias que pontuam as diferenças e marcam socialmente as/os sujeitas/os. Assim, território é mais um marcador social e um atravessamento necessário às reflexões dos estudos de gênero, seja na imposição da norma ou na sua transgressão, seja no controle ou na apropriação dos espaços sociais, entre outros debates.
Palavras-chave: gênero, sexualidade, norma, território, territorialidades.
Costuras decoloniais: diálogos transdisciplinares entre as Ciências Sociais e as Artes
Coordenadores:
Branca Pereira - Graduanda em Ciências Sociais na Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Jeferson Carvalho da Silva - Mestrando em Antropologia Social na Universidade de São Paulo (USP)
Lidyane Souza Querino - Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Marcos Vinícius Francisco de Oliveira - Graduando em Ciências Sociais na Universidade Federal de Viçosa (UFV)
As artes circunscrevem o papel ético-estético que permite a reformação do mundo, para além das ressignificações da vida. Relacionadas com as Ciências Sociais, é possível atingir diferentes âmbitos acerca de seus papéis, funções, desenvolvimentos e acepções para com as relações sociais; seja enquanto objeto de estudo e/ou enquanto metodologia - afinal, é possível fazer conhecimento para além das esteiras acadêmicas - as artes assumem a posição de reflexividade e agência, permitindo o tornar-se sujeito no mundo. Este Grupo de Trabalho espera fomentar discussões que apreendam a importância das artes para a coletividade. Manifestações que costuram as políticas e as poéticas, o dizível e o indizível, que
entrelaçam as localidades, nos permitem abrir uma pergunta crítica decolonial que faz pensar em novos pactos de sociedade. A proposição artística, seja qual for, faz emergir a possibilidade de descolonialidade do ser, do saber e do poder, ao entender as alternativas sistêmicas passíveis de serem imaginadas e forjadas; e as artes neste âmbito, assumem um papel fundamental para alimentar a capacidade de ampliação de percepções plurais de ser e estar no mundo.
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